Por Maria Clara Melchioretto. , domingo, 20 de junho de 2010 20:09

Mas a merda é essa, é a gente ver, e ver errado, é a gente pensar, imaginar, e estar errado, é não perceber as coisas.
Eu já cansada de ouvir e contar a mesma história, e tal, e eu sempre falo: "ah, essa é a última vez, esse é o último", e acaba não sendo, cara... Olha onde eu já estou, olha o quando eu já fiquei mal, fiquei triste, e tudo pela mesmo motivo. E é o mesmo sempre. Quantas vezes eu já ouvi tudo o que eu ouço, quantas vezes eu pensei que seria pra sempre, quantas vezes... Mas não é cara. Puta, aí parece o fim da vida, você sofre pra caralho, você olha pro lado; você chora, você anda; você chora, você pensa, você tenta esquecer e você continua chorando... E aí parece que num vai acabar. E o pior é quando você vê que ta no poço, e você olha pro lado e a causa disso tudo ta na balada, vamos dizer. Puta... Aí acabou, você nem quer mais acordar.
Mas meu, eu vou dizer uma coisa: passa, velho, o fim passa. E aí você já ta pronto pra se foder de novo, a vida é assim. Eu sei, eu já passei, e quantas vezes eu passei, e estou passando por isso, aliás. Pra mim ta tudo essa merda, mas acima de tudo sou eu que tenho que me levantar; vem neguinho me ajudar, vem neguinho e deixa uma escada, um banquinho, um ombro, mas sou eu que vou levantar, o esforço é meu. E aí beleza, daqui a pouco estou pronta pra começar tudo de novo, ou não, ou deixar a vida rolar. Eu tenho amor, saúde... E é isso aí.
Esse é o meu orgulho, essa sou eu. E o resto, meu amigo, o resto que se foda.

Por Maria Clara Melchioretto. 19:30

Quando eu me sinto um pouco rejeitada,
me dá um nó na garganta.
Choro até secar a alma de toda a mágoa,
depois eu passo pra outra.
Como um mutante,
no fundo sempre sozinho,
seguindo o meu caminho.

Por Maria Clara Melchioretto. , segunda-feira, 14 de junho de 2010 19:56

Eu odeio ter que acordar cedo todo o dia, e eu odeio perder meu tempo indo pra essa merda de escola, eu odeio perder minha paciência com essas garotas falsas e estúpidas, eu odeio ver essas pessoas todos os dias e não fazer nada pra mudar essa bosta. Eu odeio chegar em casa, eu odeio perder minha voz gritando, pra ver se alguém escuta, eu odeio, porque eu já estou cansada de respirar esse ar. Eu odeio procurar alguma coisa pra me distrair, eu odeio esperar você me ligar, você ligar pra mim, na verdade. Eu odeio ligar pras pessoas, e eu odeio te ligar e cair sempre na caixa postal, e eu odeio ficar desesperada por isso. Eu odeio criar esperanças, e eu estou odiando esse frio, eu odeio visitas, eu odeio a minha cadela Eva latindo todos os dias, ás três da manhã. Eu odeio esperar o amanhã pra tudo melhorar, eu odeio ter que fazer tudo sozinha, e eu odeio ser feita de idiota, eu odeio não fazer nada a respeito de nada. Eu odeio o modo como você pensa, eu odeio chorar por isso todos os dias, eu odeio as suas atitudes, eu odeio todos os tipos de atitudes, eu odeio estar escrevendo aqui e agora, eu odeio ter que esquecer de propósito, eu odeio esquecer acidentalmente. Eu odeio fingir que está tudo bem, que eu sou forte e durona, eu odeio passar pelas mesmas coisas de novo, eu odeio o amor, eu odeio amar, eu odeio errar, e eu odeio ver minha cadela Mel toda machucada, como eu vi hoje. Eu odeio chorar, eu odeio sentir dor, eu odeio sentir raiva, eu odeio sofrer, e eu odeio mais do que tudo isso... Desculpa Deus, mas eu odeio estar viva agora.

Rotina Futura

Por Maria Clara Melchioretto. , domingo, 13 de junho de 2010 18:04


Vou me formar, trabalhar, juntar uma grana boa, comprar uma moto bem linda, bem Wolverine, comprar uma casinha num lugar verde, e longe daqui, vou visitar meus pais no domingo, vou comer a lasanha da minha mãe, vou ver minha penca de sobrinhos e minhas cadelas bem velhinhas. Vou ver minhas primas, e dormir na casa de alguma amiga, e no dia seguinte vou voltar pra casa, e talvez eu leve alguém na minha garupa. Vou ir estrada a fora, bem livre, bem verde, com meu amor e minha liberdade, vou ter um puta cabelão ao vento, e vou chegar em casa, mais ou menos no por do sol, é outono, e eu adoro. Vou preparar um chocolate quente, vou ver meus cachorros, vou colocar todos pra dentro de casa e acender a lareira, lá fora está frio, vou ler, vou tomar meu chocolate, fazer um cafuné nos meus cachorrinhos e vou e dormir, e cara, acredite, eu vou ser feliz pra caramba.